Olha o cérebro a dançar! E que bem o faz!»
2012-08-15
Por Ana Margarida Nunes *
* Licenciada em Biologia Microbiana e Genética pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e doutorada em Neurociências pelo King's College London em 2009.
Pode
parecer estranho, mas a verdade e que existem uns neurónios especiais,
chamados espelho, que funcionam exactamente como tal. “Dançar” ou “ver
dançar” desencadeiam exactamente a mesma sensação. Os neurónios espelho
encontram-se em várias regiões do cérebro e claro que para a dança, as
regiões mais relevantes são o cortex pré-motor e o parietal,
responsáveis pelo movimento e aprendizagem. Estas regiões localizam-se
na parte superior central da cabeça, aquela parte que fica coberta pelo
chapéu, quando nos protegemos do sol.
Ainda
assim, a maior concentração destes neurónios está na área de Broca,
responsável pela linguagem. Pode novamente parecer estranho, mas a
verdade e que “dançar”, “ver dançar” ou “falar da dança” activam
exactamente as mesmas áreas do cérebro. Interpretação em acção.
Fantástico! Isto significa que estamos a dar “ginástica” ao cérebro.
O cérebro dança! E quando dança, faz exercício físico, ou seja, mantém-se saudável e activo. Como um músculo: se exercito, desenvolve; se paro, atrofia. Em linguagem técnica, a dança do cérebro corresponde à plasticidade, a um aumento da conectividade e reestruturação entre as varias regiões do cérebro. Comunicação mais eficaz entre as diferentes regiões, e o corpo responde, dançando ou não!
Vários
estudos têm associado a dança a um aumento da inteligência e acuidade
mental. Por exemplo, imaginemos que estamos a dançar tango. Só o facto
de seguirmos o nosso companheiro, que nos conduz para movimentos
inesperados, implica tomar centenas de decisões muito rápidas, na ordem
dos 0.5 segundos.
Se pensarmos que por cada vez que tomamos uma decisão estamos a embarcar no desconhecido, e que citando Jean Piaget “a inteligência é aquilo que usamos quando não sabemos o que fazer”, então, ao dançar com um par, estamos a ficar mais inteligentes, mas se formos trocando de par, a nossa “ginástica mental” aumenta ainda mais! Vamos ficando mais inteligentes, durante mais tempo.
Mais uma vez, estes processos são bem mais complexos do que aqui dou a conhecer e investigações sobre o tema são ainda muito escassas. Além disso, eu apenas falei aqui de uma pequeníssima parte do que é Dançar, mas fica o meu conselho: nos festivais ou fora deles, dancem muito!
O cérebro dança! E quando dança, faz exercício físico, ou seja, mantém-se saudável e activo. Como um músculo: se exercito, desenvolve; se paro, atrofia. Em linguagem técnica, a dança do cérebro corresponde à plasticidade, a um aumento da conectividade e reestruturação entre as varias regiões do cérebro. Comunicação mais eficaz entre as diferentes regiões, e o corpo responde, dançando ou não!
Se pensarmos que por cada vez que tomamos uma decisão estamos a embarcar no desconhecido, e que citando Jean Piaget “a inteligência é aquilo que usamos quando não sabemos o que fazer”, então, ao dançar com um par, estamos a ficar mais inteligentes, mas se formos trocando de par, a nossa “ginástica mental” aumenta ainda mais! Vamos ficando mais inteligentes, durante mais tempo.
Mais uma vez, estes processos são bem mais complexos do que aqui dou a conhecer e investigações sobre o tema são ainda muito escassas. Além disso, eu apenas falei aqui de uma pequeníssima parte do que é Dançar, mas fica o meu conselho: nos festivais ou fora deles, dancem muito!
Fonte: Ciência Hoje
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