segunda-feira, 22 de julho de 2013

Bateria de avaliação de competências iniciais de leitura e escrita



Rafael Silva Pereira, doutorado na área da dislexia e professor - atualmente diretor pedagógico da Associação Ester Janz e professor da cadeira de Dificuldades Específicas de Aprendizagem no Mestrado em Educação Especial na Escola Superior de Educação Almeida Garrett - verificou que os instrumentos validados na literatura portuguesa para avaliar, em conjunto, as pré-competências de leitura e escrita, antes do início da aprendizagem formal, eram escassos. Com vontade de criar um mecanismo inovador que possibilitasse uma avaliação e intervenção eficazes neste âmbito criou, com ajuda de Rita Rocha, aluna de mestrado, a BACLE - Bateria de Avaliação de Pré-Competências da Leitura e da Escrita.
A BACLE nasceu com três objetivos essenciais. Avaliar pré-competências de leitura e escrita em crianças do pré-escolar a iniciar o 1.º ano de escolaridade ou com dificuldades de aprendizagem, identificar o estádio de desenvolvimento das crianças ao nível das pré-competências adquiridas para o início da leitura e escrita, e validar um instrumento prático no âmbito da avaliação de pré-competências para início de leitura e escrita.

"A BACLE permite assim avaliar a perceção, a produção, a retenção e a simbolização segundo indícios de pré-linguagem, pré-leitura e pré-escrita", sublinha o responsável. "É muito importante numa turma onde se encontram 30 alunos que o professor perceba se pode começar a aplicar determinada aprendizagem", refere. Nesse sentido, a BACLE apresenta um conjunto de exercícios relativos à maturidade percetiva subdividida em perceção auditiva, visual, dominância lateral e reconhecimento dessa dominância, abordando assim o esquema corporal, a orientação espaciotemporal incluindo a identificação em si, a identificação do outro e a posição no espaço gráfico. A "bateria" aborda também o desenvolvimento motor e a motricidade fina, bem como a linguagem oral subdividida em compreensão oral, consciência fonológica e expressão oral.

A "bateria" afere competências, em que estádio de desenvolvimento o aluno se encontra, mais do que definir percentis. "Apesar de este instrumento ter como finalidade uma avaliação global de pré-competências que se interligam umas com as outras, podemos avaliar apenas as áreas consideradas emergentes ou fracas de acordo com os objetivos da avaliação". "Podemos ainda aplicar a BACLE em outras faixas etárias, desde que se perceba que o aluno, independentemente do seu ano de escolaridade, apresenta dificuldades", acrescenta.

Rafael Silva Pereira garante que a BACLE está a ter muita procura em Portugal e não só. O Brasil tem também utilizado esta "bateria". E não é apenas a comunidade educativa que a utiliza, mas também terapeutas da fala e psicólogos. O responsável já pediu uma reunião ao Ministério da Educação e Ciência para abordar o assunto, nomeadamente a adoção da BACLE por parte de educadores e professores.
Fonte: Educare

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Blog do Departamento de Educação Especial do agrupamento de escolas Nun'Álvares, Arrentela, Seixal. Pretende ser um espaço de divulgação e de troca de ideias. Professora responsável pela sua criação e administração: Anabela Leite

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