sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Rotinas da Unidade de Multideficiência do 1º ciclo


Cenas da vida na Unidade de Multideficiência do 2º e 3º ciclo



Disortografia


A disortografia pode ser definida como o conjunto de erros da escrita que afetam a palavra mas não o seu traçado ou grafia. A disortografia é a incapacidade de estruturar gramaticalmente a linguagem, podendo manifestar-se no desconhecimento ou negligência das regras gramaticais, confusão nos artigos e pequenas palavras, e em formas mais banais na troca de plurais, falta de acentos ou erros de ortografia em palavras correntes ou na correspondência incorreta entre o som e o símbolo escrito, (omissões, adições, substituições, etc.).
Sinais indicadores:
  • Substituição de letras semelhantes.
  • Omissões e adições, inversões e rotações.
  • Uniões e separações.
  • Omissão - adição de “h“.
  • Escrita de “n“ em vez de “m“ antes de “p“ ou “b“.
  • Substituição de “r“ por “rr“.

Problemas associados:

Percetivos:
  • Deficiência na perceção e na memória visual auditiva
  • Deficiência a nível espácio-temporal (correta orientação das letras), discriminação de grafemas com traços semelhantes e adequado acompanhamento da sequência e ritmo da cadeia falada.
Linguísticos:
  • Problemas de linguagem – dificuldades na articulação
  • Deficiente conhecimento e utilização do vocabulário

Afetivo-emocionais:
  • Baixo nível de motivação

Pedagógicos:
  • Método de ensino não adequado, (utiliza frequentemente o ditado, não se ajusta à necessidades diferenciais e individuais dos alunos, não respeitando o ritmo de aprendizagem do sujeito).

O que pode fazer:
  • Encorajar as tentativas de escrita da criança, mostrar interesse pelos trabalhos escritos e elogiá-la.
  • Incitar a criança a elaborar os seus próprios postais e convites, a escrever o seu diário no final do dia como rotina.
  • Chamar a atenção da criança para as situações diárias em que é necessária a utilização da escrita.
  • Incite a criança a ajudá-la na elaboração de uma carta.
  • Não valorize demasiado os erros ortográficos da criança uma vez que estes já são motivo de repreensão e frustração demasiadas vezes.
  • Não corrija simplesmente os seus erros mas tente antes procurar a solução com a criança (ex.: "qual a outra letra que podemos usar para fazer esse som?").
  • Recorra a livros de atividades que existem no mercado que permitem à criança trabalhar os vários casos de ortografia.
  • Não sobrecarregue, contudo, a criança com trabalhos e fichas que a cansem demasiado e a levem a ver as atividades académicas como desagradáveis.

Fonte: Associação Portuguesa de Pessoas com Dificuldades de Aprendizagem Específicas

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Portaria 275-A/2012 de 11 de setembro

As consequências do alargamento da escolaridade obrigatória para os alunos com necessidades educativas especiais (NEE) tardou a ser equacionado pelos decorreres políticos. Nas audições parlamentares que a Comissão de Educação Ciência e Cultura da Assembleia da República efetuou, este atraso foi repetidamente identificado como uma necessidade a que era preciso dar uma resposta atempada e afirmativa. A exclusão dos alunos que experimentam dificuldades no cumprimento das metas curriculares do ensino básico, nunca poderia ser uma solução: não poderíamos minguar a Educação a quem mais dela precisa. O princípio de partida é que os alunos com NEE têm tanto ou mais necessidade de frequentar os 12 anos de escolaridade do que todos os seus colegas que não têm NEE. (Seria como cuidar de uma planta com uma terapêutica de ausência total de água).

Ora, uma esmagadora percentagem dos alunos com NEE frequentam em Portugal a escola regular. Esta política de todos os alunos - com e sem NEE - serem educados na escola regular estabelecendo relações pessoais, de aprendizagem e de entreajuda, é uma orientação internacional (referência ao artigo 24º da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência das Nações Unidas) que se tem procurado seguir no nosso país, ainda que com resultados desiguais. 

Se os alunos com NEE têm direito e proveito em frequentar doze anos de escolaridade e cumpriram nove na escola regular, pareceria estranho que os últimos três anos fossem passados fora da escola regular. Pareceria e parece, sobretudo quando se lê a portaria 275 – A / 2012 publicada a 11 de Setembro pelo Ministério da Educação e Ciência. Nesta portaria postula-se que os alunos que são portadores de um Currículo Específico Individual, nos 3 anos antes da idade limite da escolaridade obrigatória, passam a ter um currículo de 25 horas semanais das quais só 5 horas são da responsabilidade dos docentes de Educação Especial das escolas regulares. Nestas cinco horas são lecionados conteúdos de Português, Matemática, 2ª Língua e Tecnologias da Informação e Comunicação. As restantes 20 horas são ministradas por técnicos e monitores dos Centros de Recursos para a Inclusão que asseguram as áreas de Desenvolvimento Pessoal, Social e Laboral, Desporto e Saúde, Organização do Mundo Laboral e Cidadania.
Este deslocamento do eixo educativo da escola regular para os Centros de Recursos para a Inclusão levantam-nos três ordens de questões: 

1. Se a escola regular assegurou a educação de jovens com NEE durante pelo menos nove anos, porque é que ela deixa de estar capacitada para continuar a exercer a competência e o conhecimento que entretanto acumulou sobre estes casos? 

2. Quando se retiram às escola áreas como “Desenvolvimento Pessoal, Social e Laboral”, “Desporto e Saúde” ou “Cidadania” isso será por se considerar que os alunos com NEE aprendem melhor estas áreas se
estiverem com colegas com condições de deficiência, num meio segregado e mais restritivo que a escola regular? 

3. Deixar à escola regular só os conteúdos de “Português” e “Matemática” - ainda por cima tão encolhidos de carga horária - passa uma mensagem clara: afinal as áreas estruturantes da última reforma curricular só são importantes para os alunos sem NEE! Com esta carga horária deixam de ter relevância “estruturante”. Outro aspeto ainda a considerar é que se passa a mensagem que a escola é para aprender conteúdos académicos (Português e Matemática) e que o Desenvolvimento, a Cidadania, o Desporto e Saúde (!) são áreas secundárias em termos educativos. 

Precisamos de pensar do ponto de vista da educação o alargamento da escolaridade para os alunos com NEE. Isto não pode significar a desvalorização da inclusão: pelo contrário é através da inclusão e da interação entre todos, que todos melhor se irão preparar para a vida pós escolar.

 Fonte:  David Rodrigues, Presidente da Pró-Inclusão: Associação Nacional de Docentes de Educação Especial (Newslettwer de  setembro de 2012, 2ª quinzena)





Campanha Educativa Sobre a Epilepsia


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Nuno Sabroso & Daniele Marçal: Dança Desportiva em Cadeira de Rodas



Os bailarinos profissionais portugueses Nuno Sabroso e Daniele Oliveira conquistaram o bronze no campeonato do mundo de Dança Desportiva em Cadeira de Rodas, ao garantirem o terceiro lugar na Continents Cup, que decorreu em São Petersburgo, na Rússia, nos dias 8 e 9 de Setembro.
Os dois atletas nacionais, que integram o projeto português "Dança sobre Rodas", sedeado no Vitória Futebol Club de Setúbal e criado em 2010, concorreram na categoria Combi Latin Class 2 com outros 18 pares, dos quais cinco eram do país anfitrião.
Esta não é a primeira vez que Nuno e Daniele brilham no estrangeiro. Os dois portugueses representaram, pela primeira vez, a bandeira nacional neste tipo de competições em 2011, tendo vencido o concurso Dance Festival XII Platja D'aro, em Espanha, e conquistado o quarto lugar na competição Holland Dansspektakel, na Holanda, e o quinto lugar na Continents Cup, na Rússia.

A modalidade de dança em cadeira de rodas não integra os jogos paralímpicos, mas é reconhecida pelo Comité Paralímpico Internacional, pelo que os atletas que representam os 22 países em que a modalidade é praticada - Portugal, Inglaterra e Holanda, por exemplo - competem anualmente em vários campeonatos internacionais tutelados por aquele organismo.

Atualmente, Nuno Sabroso e Daniele Oliveira encontram-se no terceiro lugar do "Ranking Mundial 2012" do Comité Paralímpico Internacional e, graças ao desempenho que os dois portugueses obtiveram na Rússia, é possível que venham a subir de posição com a atualização da lista.


Fonte: Boas Notícias




Discalculia



A discalculia encontra-se sobretudo em crianças, é de carácter evolutivo ou desenvolvimental, não resulta de uma lesão e associa-se sobretudo a dificuldades na  matemática. É uma perturbação que se manifesta na dificuldade de aprendizagem do cálculo. Esta dificuldade pode-se manifestar em vários níveis da aprendizagem. Assim, podemos encontrar dificuldades ao nível da leitura, escrita e compreensão de números ou símbolos, compreensão de conceitos e regras matemáticas, memorização de factos ou conceitos ou no raciocínio abstrato. Podem ainda estar associadas dificuldades em aprender a ver as horas ou lidar com o dinheiro.

Sinais indicadores:
  • Dificuldades na identificação de números (visual e auditiva).
  • Incapacidade para estabelecer uma correspondência recíproca (contar objetos e associar um numeral a cada um).
  • Escassa habilidade para contar.
  • Dificuldade na compreensão de conjuntos.
  • Dificuldade na compreensão de quantidade.
  • Dificuldade em entender o valor segundo a habituação de um número.
  • Dificuldades nos cálculos.
  • Dificuldades na compreensão do conceito de medida.
  • Dificuldade para aprender a dizer a hora.
  • Dificuldade na compreensão do valor das moedas.
  • Dificuldade de compreensão da linguagem matemática e dos símbolos.
  • Dificuldade em resolver problemas orais.

Problemas associados:
  • Deficiente organização visuo-espacial e integração não-verbal: não conseguem distinguir rapidamente as diferenças entre formas, tamanhos, quantidades e comprimentos.
  • Dificuldade em observar grupos de objetos e dizer qual deles contém uma maior quantidade de elementos, em calcular distâncias e em fazer julgamentos de organização visuo-espacial.
  • Distúrbio ao nível da imagem corporal.
  • Distúrbios de integração visuo-motora.
  • Desorientação: dificuldade na distinção esquerda-direita.
  • Dificuldades na perceção social e na realização de julgamentos: maturidade social reduzida.
  • Desempenhos em testes de inteligência, superiores nas funções verbais comparativamente às funções não-verbais.

O que pode fazer:
  • Usar cartas de jogar em jogos de cartas simples como o "peixinho": mostrar como se poderá atribuir valores às cartas pela contagem dos símbolos. Para evitar confusões retirar as cartas de figuras, utilizando apenas as de 2 a 10.
  • Jogos de tabuleiro são excelentes para aprender os números, solicitando a contagem dos espaços a mover em cada volta. Podem ser introduzidas algumas referências à adição ou à subtração no decorrer do jogo.
  • Utilizar ou inventar "cantigas e lengalengas com números". Muitas crianças podem aprender conceitos matemáticos mais rapidamente (e recordarem por mais tempo) quando a música, rima e ritmo são utilizados para os ensinar.
  • Encorajar a criança a utilizar os números diariamente:
    • Contar os produtos no supermercado.
    • Contar por ordem decrescente.
    • "Quantas rodas tem o teu carrinho de brincar?"; "Quantas rodas tem a tua bicicleta?"; "Qual dos dois tem mais rodas?"
    • "Que idade tens?"; "Que idade tem o teu irmão ou irmã?"; "qual é o mais velho?"; "Qual é a diferença de idade entre os dois?"
    • "Quantos amigos vais convidar para a tua festa de aniversário?"; "Quantas fatias de bolo devem ser cortadas?"; "E se cada menino ficar com duas fatias?"
Fonte: Associação Portuguesa de Pessoas com Dificuldades de Aprendizagem Específicas

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Cenas da vida na Unidade de Multideficiência do 2º e 3º ciclo


Coração de Estudante (Milton Nascimento)


O cérebro e a música

O gosto praticamente universal pela música acaba de ganhar uma explicação científica. Estudo mostra que, ao som de uma bela canção, o cérebro é inundado por dopamina, neurotransmissor ligado a sensações prazerosas.

  Segundo estudo recente, a dopamina seria responsável pela apreciação musical, compartilhada por diversas culturas. Esse neurotransmissor, ligado a sensações prazerosas, inunda o cérebro ao som de uma boa melodia. 

Os amantes da música sabem, por experiência própria, que o prazer de escutar essas vibrações mecânicas é um dos mais gratificantes que se podem experimentar. Agora, estudo publicado na Nature Neuroscience explica tanto o porquê dessa sensação quanto a razão de a música ser apreciada nas mais distintas sociedades humanas.

O segredo, segundo o estudo, está no fato de o cérebro se inundar com dopamina, um dos vários neurotransmissores que os neurônios usam para enviar sinais químicos uns para os outros. A dopamina está ligada àquele prazer que se tem com um bom prato de comida ou com a surpresa de ganhar grandes somas de dinheiro. 

A experiência  mediu  com exames de imagens, os níveis de dopamina em cérebro de voluntários em resposta àquele ‘arrepio’ prazeroso causado pela música que, para muitos, vem da alma e eletriza o corpo. Essa sensação muda a condução elétrica da pele, os batimentos cardíacos e a taxa de respiração, por exemplo. 

Quanto maior a sensação de prazer ao som de uma música, mais alta é a quantidade de dopamina no cérebro

Os pesquisadores mostraram que, quanto maior essa sensação, mais alta é a quantidade do neurotransmissor no cérebro. Outra conclusão do estudo: a quantidade de dopamina no cérebro é maior quando o ouvinte classifica a música como agradável, em comparação com uma canção ‘neutra’. 

Os autores mostraram também que mesmo a antecipação do prazer de ouvir uma boa música já é suficiente para banhar o cérebro com mais dopamina. Para os autores, uma forma de ler esses resultados é que eles explicam por que a música é tão apreciada pelas mais diversas culturas.
 
Fonte: Cássio Leite Vieira
Ciência Hoje


 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

“Somos um país que está habituado a guardar os deficientes numa caixa fechada, para não poderem sair. Mas nós somos iguais a todos os outros, precisamos é de condições que nos ajudem a movimentar-nos”, diz ao i Deolinda Cruz, de 64 anos. Tinha 21 quando teve de amputar uma perna; um ano depois descobriu que tinha um osteossarcoma (tumor maligno dos ossos) e não foi preciso muito tempo para ter de usar uma cadeira de rodas. Ontem foi uma das dezenas de pessoas que estiveram presentes na acção de sensibilização “Um Passeio, por Lisboa (In)Acessível”, iniciativa que pretende alertar para as dificuldades que as pessoas com mobilidade reduzida enfrentam quando circulam pela cidade.
 
Fonte: iInformação

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Identificação de sinais de risco de dificuldades de aprendizagem desde a pré-escola ao 3º ciclo

Para aceder ao  documento clicar aqui.

Autor: Vítor da Fonseca

Professor Catedrático Emérito , FMH, Universidade Técnica de Lisboa

Primeiro da classe - síndrome de tourette



O Primeiro da Classe (Front of the Class) é um filme produzido para a televisão que narra a vida de Brad Cohen, um professor americano que convive com a Síndrome de Tourette desde os 6 anos. Dirigido por Peter Werner e protagonizado por James Wolk (Brad Cohen), O Primeiro da Classe é um filme que retrata o batalha, desde a infância, de Brad e o preconceito que ele sofreu por ter Tourette. Brad Cohen é atualmente professor.
A Síndrome de Tourette ou síndrome de la Tourette, também referida como SGT ou ST, é uma desordem neurológica ou neuroquímica caracterizada por tiques, reações rápidas, movimentos repentinos (espasmos) ou vocalizações que ocorre repetidamente da mesma maneira com considerável frequência.

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Blog do Departamento de Educação Especial do agrupamento de escolas Nun'Álvares, Arrentela, Seixal. Pretende ser um espaço de divulgação e de troca de ideias. Professora responsável pela sua criação e administração: Anabela Leite

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