A perspectiva da
escola inclusiva é uma das grandes conquistas da educação do séc. XX: permite
instruir todas as crianças num ambiente que tenha em conta a sua diversidade e
impeça a sua marginalização. E assim surgiu a Educação Especial, uma vertente
da escola moderna que cresceu a partir da reestruturação das escolas para
atender às necessidades de todas as crianças. Na Educação Especial, inserem-se
todos os alunos que por deficiência física ou intelectual, ou por problemas de
aprendizagem, têm dificuldade em acompanhar o ritmo do ensino regular.
Alguns defendem que
estas crianças devem estar em instituições especializadas, porque “atrasam” a
aprendizagem dos outros. Quem assim pensa ignora os progressos obtidos (pela
inclusão) na socialização das crianças deficientes ou não quer ver as vantagens
da solidariedade entre pares, numa turma que a todos integra. Pela minha parte,
conheço o trabalho de dezenas de professores de NEE e o entusiasmo de muitos
alunos, quando detectam os progressos obtidos por um colega com deficiência,
numa turma capaz de incluir e não marginalizar.
A frequência do ensino regular depende do grau de deficiência e dos meios
que a escola possui para lidar com a situação, que devem incluir meios físicos
diversos e pessoal especializado. Infelizmente, a situação actual é outra: há
uma evidente falta de atenção a esta área, quer no apoio aos alunos já
incluídos, quer na contratação de professores especializados. Muitas crianças
estão privadas desses apoios e muitos professores com formação na área não
foram contratados para este ano.
Deste modo, a escola
exclui e marginaliza todos os dias. Ainda vamos a tempo de corrigir esta
realidade preocupante.
Daniel Sampaio
Extrato da Revista do Público de
6-10-2013 via Educação em Especial
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