sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Memória e aprendizagem





As memórias são extremamente importantes para a nossa

individualidade. Aquilo que cada um de nós recorda é

diferente daquilo de que os outros se lembram, mesmo no que

diz respeito a situações em que estivemos juntos. No entanto,

apesar da individualidade das nossas memórias, todos nós

recordamos eventos, factos, emoções e desempenhos – alguns

por um período curto, outros para toda a vida. O cérebro possui

múltiplos sistemas de memória, com diferentes caraterísticas

e envolvendo diferentes redes neuronais. Sabe-se agora que a

formação de novas memórias depende da plasticidade

sináptica,  mas ainda não conhecemos bem os mecanismos neuronais

envolvidos na recordação.

Apesar de todos nós nos queixarmos de falhas de

memória, na maior parte dos casos a memória é até bastante

boa. Falhas mais sérias de memória ocorrem quando a idade

avança ou quando surgem alguns tipos de doenças

neurológicas. Podemos tentar melhorar a nossa memória, mas

isto pode ser conseguido à custa de recordar coisas e esquecendo

outras.


A organização da memória

Não existe nenhuma área cerebral individual dedicada a

armazenar toda a informação que aprendemos. A memória de

trabalho armazena no cérebro informação consciente por um

curto período de tempo. O armazenamento passivo de maior

quantidade de informação é designado memória de longa

duração.

Memória de trabalho

Tal como folhas de notas numa secretária para escrever nomes

ou números de telefone que é necessário recordar por um breve

período, o cérebro tem um sistema para lidar e trabalhar muito

eficientemente com um pequeno volume de informação.

Usamos este sistema para lembrar as palavras o tempo suficiente

para fazer cálculos aritméticos mentais, e para lembrar, por exemplo,

onde recentemente pousámos as chaves. A eficiência é uma das

suas características centrais – uma caraterística conseguida à custa

de uma capacidade limitada e pouco duradoura. Pode dizer-se que

nos lembramos de 7 ± 2 objetos ou assuntos armazenados na

nossa memória de trabalho; este é um dos motivos para que a

maioria dos números de telefone não ultrapasse os 7 ou 8 dígitos

(sem indicativos). Um bom desempenho da memória de trabalho é

essencial. A memória de trabalho está localizada sobretudo no córtex dos

lobos frontal e parietal.

Memória de longa duração

A memória de longa duração também está subdividida em

diferentes sistemas localizados em redes dispersas pelo cérebro.

Diferentes redes realizam tarefas bastante distintas. De um modo

lato, a informação entra por sistemas sensoriais e depois é

transmitida por vias progressivamente mais especializadas. Por

exemplo, a informação que entra pelo sistema visual é

transmitida pela chamada “via ventral” do córtex estriado até ao

lobo temporal médio, através de uma cascata de redes. Estas,

identificam a forma, cor e identidade de objetos, quer seja o

objeto familiar ou não, até que algum tipo de memória é

formada sobre o objeto em particular, e onde e quando ele foi

visto.

A nossa capacidade de identificar em

caricaturas as pessoas que nos são familiares, tais como

políticos, reflete o funcionamento deste sistema. Outro sistema

muito relacionado é a memória semântica – o grande armazém

de conhecimento factual que todos nós usamos para acumular

informação sobre o mundo. Sabemos que Paris é a capital de

França, que o DNA codifica informação genética com base na

sequência de pares de bases, etc. Estes factos estão organizados

em categorias. Isto é fundamental para a recordação de memórias,

pois a busca dos elementos armazenados processa-se em diagramas

ramificados no armazém das memórias, de modo a encontrar as

coisas com eficiência. Felizmente, o cérebro organiza a

informação por categorias, sendo por isso muito importante ter um

bom professor para nos ensinar a arrumar nos nossos cérebros as

coisas complicadas que aprendemos. De facto, os melhores

professores edificam estas estruturas na mente dos seus alunos, sem

grande esforço.

Também aprendemos a desempenhar tarefas e a desenvolver

emoções sobre as coisas. Saber o que é um piano é uma coisa;

conseguir tocar um piano é outra completamente diferente. Saber

conduzir uma bicicleta é uma coisa útil, mas estar consciente que

certas situações que se encontram na estrada podem ser perigosas

não é de modo algum menos importante. O desempenho de tarefas é

aprendido através do treino deliberado e continuado, enquanto que a

aprendizagem das emoções tende a ser muito mais rápida. Muitas

vezes este processo tem mesmo que ser mais rápido, especialmente

para as condições que nos provocam medo. A aprendizagem em

ambos os casos faz-se por condicionamento. Nestes processos estão

envolvidas várias áreas do cérebro – os gânglios da base e o

cerebelo são particularmente importantes para a aprendizagem do

desempenho de ações, e a amígdala para a aprendizagem das

emoções.



Fonte: Ciência do cérebro: as funções do cérebro (Excertos)

Uma Introdução para jovens estudantes

Associação Britânica de Neurociências

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ateliê de expressões

Responsável: prof. Carlos Machado (EVT)












Naquele carnaval, pois, pela primeira vez na vida eu teria o que sempre quisera: ia ser outra que não eu mesma.

Clarice Lispector

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Currículo Específico Individual

Ajardinamento de canteiros

Trata-se de um projeto desenvolvido na área de mundo atual 1,  lecionada pela professora Célia Canelas,  em articulação com a professora Anabela Leite,  destinado aos os alunos do 8º ano, com currículo específico individual.
Para o seu arranque, contámos com a valiosa colaboração do Centro de Jardinagem de Fernão Ferro (oferta das plantas e da terra),  da CRIAR-T (oferta de estrume, isso mesmo!) e da Junta de Freguesia de Arrentela (oferta do transporte). O professor Manuel Lima, para além de nos ter oferecido uma planta, deu-nos conselhos técnicos, muito úteis!

A todos, o nosso OBRIGADO!








segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Currículo Específico Individual

Matemática na Cozinha II

No dia 13 de fevereiro fizemos 2 bolos, a partir da receita de 1. Tivemos, assim, de dobrar as quantidades dos ingredientes,  fazer as pesagens e as medições! O nosso professor de matemática, Luís Dias, esteve a acompanhar-nos nesta atividade. Foi nossa convidada a professora Laurete Covas (educação tecnológica).
Depois da confeção, vendemos os bolos na escola. Pusemos  em prática os nossos conhecimentos quanto ao uso do dinheiro, nomeadamente  fazer os trocos. Isto até deu...mais um filme !

 
Cláudio Martins (8ºD)
Edivaldo Miguéis (8ºD)
Daniela Almeida (8ºC)


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Unidade Multideficiência do 1º ciclo

Musicoterapia na UMD – 1º ciclo

 Professora Responsável: Filomena Benildes

A Música é um forte contributo para o desenvolvimento geral da criança com necessidades educativas especiais, ajudando-a a uma melhor interação social, coordenação psicomotora, concentração e memória, cooperando de forma única na educação, promovendo a aprendizagem, a compreensão e o divertimento, adquirindo significado através do jogo, dos sons, das canções, das imagens, envolvendo as crianças de forma direta e prática na sua realização.

2. Objetivos
- Desenvolver formas de integração de crianças com necessidades especiais;
- Melhorar as capacidades criativas e musicais de crianças com necessidades especiais;
- Contribuir para o desenvolvimento global da criança;
- Promover a aprendizagem através dos sons, das canções e dos jogos;
- Contribuir para a sua emancipação, valorização pessoal e social.

3. Atividades
Atividade vocal, corporal e instrumental:
- Audição e Exploração dos sons da Natureza e do Meio Ambiente;
- Exploração do instrumental Orff;
- Jogos de Exploração, de Escuta, com o Corpo e com a Voz;
- O Movimento espontâneo e a expressividade corporal;
- O Som e o Silêncio;
- O Lento e o Rápido;
- O forte e o fraco;
- A Respiração;
- Tensão e Relaxamento;
- A Linguagem Musical;
- Audições musicais;
- Expressão plástica: Imagem/ Som.
 








sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O que sabemos sobre?


Movimento



Pense em apanhar uma bola. Fácil? Pode parecer, mas para

desempenhar este movimento tão simples o cérebro tem que

realizar tarefas muito complexas. Para nós parece trivial,

mas vejamos qual o plano que tem de ser executado pelo

cérebro - A bola é leve ou pesada? De que direção vem a

bola e qual a sua velocidade? Ação de coordenação - Como

é que coordenamos automaticamente os membros para

apanhar a bola e qual a posição mais vantajosa? Execução -

O braço movimenta-se para o local exato e os dedos da

mão apertam no tempo certo? Hoje os neurocientistas

sabem que há muitas áreas do cérebro envolvidas neste

procedimento.  A atividade neuronal nestas áreas é

combinada de modo a formar uma cadeia de comando

bastante ampla – uma hierarquia motora – envolvendo o

córtex cerebral e gânglios da base, até ao cerebelo e medula

espinhal.


A junção neuromuscular

No extremo inferior da hierarquia, na medula espinhal,

centenas de neurónios especializados, os neurónios motores,

aumentam a sua frequência de disparo. Os axónios destes

neurónios projetam-se até aos músculos onde estimulam

fibras musculares contráteis. As ramificações terminais dos

axónios de cada neurónio motor formam junções

neuromusculares especializadas, com um número limitado

de fibras musculares . Cada potencial de ação gerado num neurónio

motor induz a libertação de neurotransmissores dos terminais nervosos e

gera um potencial de ação correspondente nas fibras

musculares. Este processo leva à libertação de iões Ca2+ de

reservatórios intracelulares, localizados no interior de cada

fibra muscular, que por sua vez induz a contracção das fibras

musculares,  produzindo força e movimento.

Para contrair os músculos, os nervos formam contactos
A medula espinhal desempenha um papel importante no

controlo dos músculos, que pode incluir o uso de vias de

reflexo. Entre estes encontram-se os reflexos de retirada, que

nos protegem de objetos cortantes ou muito quentes, e os

reflexos de distensão, que desempenham um papel importante

na postura. O reflexo bem conhecido de “distensão da perna

após estimulação no joelho” é um exemplo de um reflexo de

distensão especial pois envolve apenas dois tipos de neurónios

– neurónios sensoriais, que avaliam o comprimento dos

músculos, ligados através de sinapses com neurónios motores

que induzem o movimento. Estes reflexos combinam-se com

outros mais complexos, em circuitos espinhais, responsáveis

por comportamentos ou respostas mais ou menos complexas,

tais como o movimento rítmico dos membros na ação de

caminhar ou correr. Estes processos envolvem excitação e

inibição coordenada dos neurónios motores.

Os neurónios motores são responsáveis pelo controlo dos

músculos. No entanto, o cérebro é confrontado com enormes

desafios para controlar a atividade destas células.

O topo da hierarquia - o córtex

Motor

No lado oposto da hierarquia motora, no córtex cerebral, um

número de cálculos complexos tem que ser realizado por

milhares de células para controlar cada elemento do

movimento. Estes cálculos permitem o desempenho de

movimentos precisos e suaves. Entre o córtex cerebral e os

neurónios motores da medula espinhal, áreas críticas do tronco

cerebral combinam informação ascendente, proveniente dos

membros e dos músculos, com informação descendente

proveniente do córtex cerebral.

Além do córtex motor, no córtex parietal existem áreas envolvidas na

representação espacial do corpo e no processamento de

informação auditiva e visual. Estas áreas parecem conter um

mapa da posição dos nossos membros e da posição relativa dos

alvos da nossa atenção, relativamente à posição do nosso próprio

corpo. Lesões nestas áreas, por exemplo depois de um acidente

vascular cerebral, podem causar deficiências na coordenação (…).

Os gânglios da base

Os gânglios da base são um aglomerado de áreas interligadas,

que se localizam profundamente nos hemisférios cerebrais, por

baixo do córtex. Desempenham um papel crucial na iniciação

dos movimentos. No entanto, os mecanismos envolvidos neste

processo ainda não estão esclarecidos. Os gânglios da base

parecem funcionar como um filtro complexo, selecionando

informação, entre a grande diversidade de sinais que lhes

chegam, proveniente da metade anterior do córtex (as regiões

sensoriais, motoras, pré-frontais e límbicas). As respostas

provenientes dos gânglios da base são enviadas de volta a áreas

do córtex motor.

Uma doença frequente em humanos envolvendo disfunção

motora é a doença de Parkinson, caracterizada por tremor e

dificuldade em iniciar movimentos – como se o filtro dos

gânglios da base estivesse bloqueado. O problema reside

sobretudo na degeneração dos neurónios numa área do

cérebro designada substantia nigra (assim designada devido

à sua aparência escura). Estes neurónios têm axónios longos

que se projetam para os gânglios da base onde libertam o

neurotransmissor dopamina .

Também se pensa que os gânglios da base

são importantes para a aprendizagem,

permitindo a seleção de ações

conducentes à recordação (por exemplo

quando se anda de bicicleta).

O cerebelo

O cerebelo é fundamental para o

desempenho de movimentos complexos e

bem precisos. É uma maquinaria neuronal,

muito bela, em que a arquitetura celular

intrincada foi mapeada com grande

detalhe. Tal como os gânglios da base, é

uma estrutura altamente interligada com

áreas corticais dedicadas ao controlo

motor, e também com estruturas do tronco

cerebral. Lesões no cerebelo provocam

deficiências graves na coordenação dos

movimentos, perda de equilíbrio, discurso

arrastado, e também um conjunto de

dificuldades cognitivas.

O cerebelo é também vital para a aprendizagem

motora e adaptação. Praticamente todas as ações

voluntárias estão sujeitas a controlo preciso por

parte de circuitos motores, e o cerebelo tem um

papel crítico na optimização do controlo

motor – nomeadamente na sincronização temporal.



Fonte: Ciência do cérebro: as funções do cérebro (Excertos)
Uma Introdução para jovens estudantes
Associação Britânica de Neurociências








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Blog do Departamento de Educação Especial do agrupamento de escolas Nun'Álvares, Arrentela, Seixal. Pretende ser um espaço de divulgação e de troca de ideias. Professora responsável pela sua criação e administração: Anabela Leite

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